quinta-feira, 30 de julho de 2015

Desafios

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Os desafios são o espelho de nossa coragem. Encaramos obstáculos todos os dias, são inevitáveis. Para quem acha que a vida é monótona, talvez seja porque o desafio esteja perdido em si. Faz parte da vida o inesperado, entretanto, muitos encontram-se aterrados por rotinas numa via engarrafada pela repetição de ações que descambam em reclamações, e em razão disto é como se caminhassem cabisbaixos pelo peso das preocupações, impossibilitados de enxergar às belezas dos dias ensolarados. Para aqueles capazes de lembrar das dificuldades e crises enfrentadas sem medo de novos obstáculos, pode significar que os louros da vitória são de fato resultados de suas conquistas. Precisamos aprender a plantar para colher. É um tipo de exercício que exige dedicação, requer envolvimento, precisa de atenção. Para quem já teve a experiência de plantar sabe que o trabalho com a terra mexe com força e inteligência.

Ler um livro, praticar esportes, iniciar numa nova carreira profissional; passar por uma onda de desemprego, problemas com saúde, conflitos pessoais. O mundo nos apresenta uma série de questões as quais podem ser encaradas como adversidades ou desafios.
Olhar para os problemas e enxerga-los por uma condução pessimista já é um sinal de derrotismo. Nestes casos as adversidades compreendem desde contratempos e imprevistos potencializados para gerar desde aborrecimentos aos infortúnios mais graves (adversidade: do Latim ‘adversitate’ desgraça, falta de graça; infelicidade). Atravessar inconvenientes como estes podem acarretar lembranças negativas em nossas experiências e ainda que venhamos a superá-los e nos tornar mais fortes, o mais comum será recusarmos passar por estes tipos de traumas novamente.
Por outro lado, vislumbrar determinadas problemáticas, encarar a realidade e se lançar na busca por solução compõe um quadro muito diferente. Neste novo panorama encontramos nos desafios, numa condução contrária, que oferece uma perspectiva totalmente diferente. Desafiados somos instigados a competir em nós mesmos e combater nossas fraquezas, a começar por reconhece-las. Nisto somos conduzidos por uma automotivação de superação pelo desenvolvimento de nossas habilidades e competências.
No entanto, não podemos perder de vista a necessidade de sempre se pensar antes de agir, refletir sobre o que se faz. Pois há uma certa pegadinha ou armadilha se optarmos por assumir uma postura superpositiva, beirando às margens da arrogância. Neste caso, inclusive, inclui-se o fato de optarmos pelas oportunidades que mais temos afinidades, sem se dar conta de estar, na realidade, caído num marasmo que precisar urgentemente ser confrontado para instigarmo-nos a sair da zona de conforto.
Nesta hora passamos a enxergar os desafios como o espelho de nossa coragem e reconhecemos que os obstáculos existem sim, e precisam começar a serem superados dentro de nós mesmos. São inevitáveis, e mais cedo ou mais tarde nos daremos conta desta verdade. Afinal dinheiro não dá em árvore, é invenção do ser humano como objeto de troca, frutas sim dão em árvores e são criação de Deus como objeto de doação. Plantar para colher é, por essência, um dos desafios supremos para reger os marcos dos relacionamentos. Plantar não apenas para obter resultado em nossa saúde física, mas também emocional; e este tipo de retorno só precisa de atitudes simples que se traduzem no cuidar de pessoas, amar o próximo, ser parte da comunidade. E neste ambiente de interação o desafio se configura em manter os relacionamentos, que na prática se revela como ação saudável não apenas para nossa alma, mas mesmo para o bem estar físico.
Para quem acha que a vida já perdeu o brilho, talvez seja por que não se deu conte que o primeiro desafio está em si mesmo, o desafio de voltar a acreditar em algo.
Faz parte da vida o novo, nenhum dia é igual ao outro. Mesmo a rotina é dinâmica, pois é cheia de problemas que requerem nossa atenção, e prova disto se dá no fato de que quanto menos esperamos encontramos uma solução que além de resolver determinadas questões, projeta resultados inesperados. Por tanto, o objetivo é não se perder nas trevas do pessimismo, deixar-se ofuscar e perder a visão do belo. Não adianta se fazer de coitadinho, cabe a nós entender que a diferença entre os dias está em sua passagem.
Assim, faço o convite para você se lembrar das dificuldades e crises enfrentadas sem se deixar vencer pelo medo de enfrentar novos obstáculos. Não temos todas as respostas e com certeza receberemos muitos nãos, mas não significa que acabaram se os sins da vida, “se uma porta se fecha aqui, outras se abrem ali”. A diferença está no seu comportamento, não espere que façam de você um vencedor, seja o primeiro a conceder para si a sensação de vencer. Já disse alguém que a vida não é uma via que pode ser seguida em linha reta, mas é cheia de curvas sinuosas, repleta de precipícios, e montanhas; e encontrar uma direção e seguir num caminho talvez seja o nosso desafio diário para olhar para si e encontrar-se como alguém melhor.
Escrito por: Gilberto Martins.

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