Os desafios são o
espelho de nossa coragem. Encaramos obstáculos todos os dias, são
inevitáveis. Para quem acha que a vida é monótona, talvez seja porque o
desafio esteja perdido em si. Faz parte da vida o inesperado, entretanto,
muitos encontram-se aterrados por rotinas numa via engarrafada pela repetição
de ações que descambam em reclamações, e em razão disto é como se caminhassem
cabisbaixos pelo peso das preocupações, impossibilitados de enxergar às belezas
dos dias ensolarados. Para aqueles capazes de lembrar das
dificuldades e crises enfrentadas sem medo de novos obstáculos, pode significar
que os louros da vitória são de fato resultados de suas conquistas. Precisamos
aprender a plantar para colher. É um tipo de exercício que exige dedicação,
requer envolvimento, precisa de atenção. Para quem já teve a experiência de
plantar sabe que o trabalho com a terra mexe com força e inteligência.
Ler um livro, praticar esportes, iniciar numa nova
carreira profissional; passar por uma onda de desemprego, problemas com saúde,
conflitos pessoais. O mundo nos apresenta uma série de questões as quais podem
ser encaradas como adversidades ou desafios.
Olhar para os problemas e enxerga-los por uma
condução pessimista já é um sinal de derrotismo. Nestes casos as adversidades
compreendem desde contratempos e imprevistos potencializados para gerar desde aborrecimentos
aos infortúnios mais graves (adversidade: do Latim ‘adversitate’ desgraça, falta de graça; infelicidade). Atravessar
inconvenientes como estes podem acarretar lembranças negativas em nossas
experiências e ainda que venhamos a superá-los e nos tornar mais fortes, o mais
comum será recusarmos passar por estes tipos de traumas novamente.
Por outro lado, vislumbrar determinadas
problemáticas, encarar a realidade e se lançar na busca por solução compõe um
quadro muito diferente. Neste novo panorama encontramos nos desafios, numa
condução contrária, que oferece uma perspectiva totalmente diferente.
Desafiados somos instigados a competir em nós mesmos e combater nossas
fraquezas, a começar por reconhece-las. Nisto somos conduzidos por uma
automotivação de superação pelo desenvolvimento de nossas habilidades e
competências.
No entanto, não podemos perder de vista a
necessidade de sempre se pensar antes de agir, refletir sobre o que se faz.
Pois há uma certa pegadinha ou armadilha se optarmos por assumir uma postura
superpositiva, beirando às margens da arrogância. Neste caso, inclusive,
inclui-se o fato de optarmos pelas oportunidades que mais temos afinidades, sem
se dar conta de estar, na realidade, caído num marasmo que precisar urgentemente
ser confrontado para instigarmo-nos a sair da zona de conforto.
Nesta hora passamos a enxergar os desafios como o
espelho de nossa coragem e reconhecemos que os obstáculos existem sim, e
precisam começar a serem superados dentro de nós mesmos. São inevitáveis, e
mais cedo ou mais tarde nos daremos conta desta verdade. Afinal dinheiro não dá
em árvore, é invenção do ser humano como objeto de troca, frutas sim dão em
árvores e são criação de Deus como objeto de doação. Plantar para colher é, por
essência, um dos desafios supremos para reger os marcos dos relacionamentos.
Plantar não apenas para obter resultado em nossa saúde física, mas também emocional;
e este tipo de retorno só precisa de atitudes simples que se traduzem no cuidar
de pessoas, amar o próximo, ser parte da comunidade. E neste ambiente de
interação o desafio se configura em manter os relacionamentos, que na prática
se revela como ação saudável não apenas para nossa alma, mas mesmo para o bem
estar físico.
Para quem acha que a vida já perdeu o brilho,
talvez seja por que não se deu conte que o primeiro desafio está em si mesmo, o
desafio de voltar a acreditar em algo.
Faz parte da vida o novo, nenhum dia é igual ao
outro. Mesmo a rotina é dinâmica, pois é cheia de problemas que requerem nossa
atenção, e prova disto se dá no fato de que quanto menos esperamos encontramos
uma solução que além de resolver determinadas questões, projeta resultados
inesperados. Por tanto, o objetivo é não se perder nas trevas do pessimismo,
deixar-se ofuscar e perder a visão do belo. Não adianta se fazer de coitadinho,
cabe a nós entender que a diferença entre os dias está em sua passagem.
Assim, faço o convite para você se lembrar das
dificuldades e crises enfrentadas sem se deixar vencer pelo medo de enfrentar novos
obstáculos. Não temos todas as respostas e com certeza receberemos muitos nãos,
mas não significa que acabaram se os sins da vida, “se uma porta se fecha aqui,
outras se abrem ali”. A diferença está no seu comportamento, não espere que
façam de você um vencedor, seja o primeiro a conceder para si a sensação de
vencer. Já disse alguém que a vida não é uma via que pode ser seguida em linha
reta, mas é cheia de curvas sinuosas, repleta de precipícios, e montanhas; e
encontrar uma direção e seguir num caminho talvez seja o nosso desafio diário
para olhar para si e encontrar-se como alguém melhor.
Escrito por: Gilberto
Martins.
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