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Praça Zé Garoto, SG / RJ. |
Lembranças do tempo de infância são deliciosas. Memórias de várias histórias decoram nossos álbuns de família e saltam nossas mentes à medida que folheamos cada fotografia, mas com certeza ainda há muitas delas para serem contadas que não encontram-se registradas. Era muito bom jogar bola na rua de terra, brincar de queimado, chicotinho queimado, pique esconde, polícia e ladrão. Podíamos ficar conversando até altas horas da noite, e quando o relógio marcava lá pelas vinte e duas horas ouvíamos nossos pais chamar berrando que já estava tarde, daí não perdíamos tempo, obedecíamos. Voltar para casa era a certeza de se preparar para àquela cama quentinha. Nas praças haviam mais barulho de crianças e menos poluição e engarrafamentos de carros pelas ruas. Eram espaços maravilhosos, excelentes locais de encontro. Encontrávamos idosos jogando cartas, carrocinhas de pipoca, adolescentes trocando figurinhas. Mas o tempo continua passando e com ele começamos encher as nossas agendas de tarefas. Boa parte das pracinhas ainda são vistas pelos bairros, umas cederam seus espaços para shoppings, outras para condomínios, outas ainda esquecidas. São como certo lugar de memória esquecido até que sejam de fato abandonados, desvalorizados, sucateados e em fim privatizados. Talvez a comunidade deixou-se envolver pelo saudosismos de um tempo retrógrado, preferindo culpar o "poder público" para eximir-se de sua participação. Quem sabe esqueceu de cuidar do que importa? Talvez seja hora de reiterar seu lugar, preservar seu espaço e renovar a infância do hoje pela marca de sua geração através da simples estratégia de contar suas histórias. Uma comunidade sem lembranças, sem memória, são famílias distantes do tempo de contar história.
Boas lembranças tem um tempo não distante...
ResponderExcluirVale lembrar que as mudanças sociais nos permitem observar a evolução da sociedade, mas ao meu ver, nossa sociedade vem perdendo o contato pessoal e os espaços de convívio se tornam cada vez mais restritos e escassos, ontem mandávamos cartas e aguardávamos semanas para a resposta, hoje em segundos um "assobio" responde no whatsapp, amanhã o que será?
Evoluímos para o "just in time" e perdemos o contato olho no olho, perdemos o falar para o digitar, perdemos a segurança da rua pela insegurança nas casas...
Espero que neste caso a sociedade consiga "in-voluir", "re-troceder", "girar 180º"......
De fato espaços comuns muito contribuem para os ajuntamentos, entretanto os espaços nas redes em que a palavra "fria" intermediada pelos recursos tecnológicos parecem sugerir uma certa distância da realidade para propor uma vida virtual. Espero que os casais lembrem-se que podem conversar naturalmente utilizando o simples e natural recurso da voz.
ResponderExcluirAmo recordar a minha infância. Um dos melhores tempos vividos em minha história de vida. Concordo com tudo que escreveu.
ResponderExcluirMuito bom, Claudia. Também tenho excelentes recordações deste tempo.
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