Tudo que somos encontra-se registrado
em nossa mente. Somos um complexo universo formado por milhares de pensamentos.
Você não fica impressionado como determinadas situações recobram a tua memória
e lhe provocam as emoções? E quando você enfrenta situações de
estresse, por acaso fica bloqueado diante dos conflitos? O que
fazer nestas horas? Como expandir e ter acesso aos pensamentos para lidar bem
com estas circunstâncias? Como chegar às informações arquivadas em nossa mente
quando precisamos delas?
O médico psiquiatra,
psicoterapeuta, cientista e escritor Augusto Cury tem algumas recomendações a
este respeito. Ele nos aconselha a cuidar bem de nosso maior patrimônio,
nossa mente. E dando início ao treinamento para seguir esta orientação penso
que devemos nos atentar para um de seus alertas, e aproveito
para deixar uma provocação relacionada ao assunto sobre esta gama de
informações que temos disponíveis na atualidade.
Estre autor explica que há chaves
capazes de abrir e mesmo expandir janelas em nossas mentes. São ferramentas
propostas para nos auxiliar a ter uma vida intelectual e emocional mais
saudável. De forma simples estas chaves são apresentadas em torno de
dois aspectos: as janelas lights, boas; e as janelas killers, as
causadoras das síndromes e estresses. Estas janelas
estão associadas às informações que recebemos ao longo de
nossas vidas e a forma como aprendemos a abri-las e a lidar com elas determina
a nossa saúde intelectual.
A provocação eu já deixo de
início: qual a diferença entre a qualidade e a quantidade de informações que temos acessado diariamente?
De uma forma geral, a diferença
entre o acesso às informações com qualidade ou apenas à
excessiva quantidade de informações sem relevância pode ser medida pelo
resultado que demanda sua utilização. Qual o efeito que as informações que você
acessa diariamente exerce sobre você? Se a informação disponível para tua
utilização o conduz com sugestões para se pensar de forma
crítica a refletir em sua rotina diária, é possível que esta seja uma
informação de qualidade.
Por outro lado, se não há quaisquer
demandas reflexivas e requer que você apenas absorva passivamente um número
absurdo de informações, cuidado! Esta é uma linha perigosa de excesso de
informações que objetivam apenas torná-lo um prisioneiro autômato como
se fosse uma engrenagem manipulável por tomadas de decisões sugeridas
a você como se fossem tuas. Além do mais, da mesma forma que uma máquina
sobrecarregada sofre desgastes, nosso cérebro fica suscetível a danos e o
cansaço e estresse podem gerar desde irritabilidades à exaustão capazes de jogar
você em cima de uma cama.
O excesso de informações sem
relevância impacta sobre as pessoas, comprometendo a autonomia delas,
deixando-as como autômatos. Entendo que esta situação compõe um quadro de
inércia derivado de um bloqueio demandado pelo esforço a que o
cérebro é submetido. Se você é daqueles que já faz tudo no automático, é hora
de acender o alerta. Entenda bem: a crítica não contra a rotina,
necessariamente, mas aos exageros que não o conduzem a pensar nas coisas boas
da vida, antes o aprisionam como vícios.
Segundo o Terapeuta e escritor Augusto
Cury (2012), uma das causas de estresse na atualidade é o excesso de
informações. Conforme aborda este autor, um jovem hoje pode ter acesso a
muito mais informações que os grandes pensadores gregos ou imperadores romanos
na antiguidade, no entanto, a diferença que marcam os extremos entre estas
épocas não é apenas a distância de tempo e contexto histórico. A utilização que
se propõe a informação e sua aplicação é fundamental para o resultado final.
Enquanto os gregos alcançaram
significativas expressões intelectuais, ampliando a arte do pensar; os romanos
avançaram estrategicamente conquistando grandes extensões territoriais,
estabelecendo a sua presença pela marca de um império. E na atualidade a
pergunta que fica para nossa, repito, provocação reflexiva é: o que fazermos
com tanta informação disponível ao rápido e fácil acesso?
Segundo Augusto Cury (2012), podemos
utilizar chaves para nos auxiliar numa vida inteligente, equilibrada e
saudável; e propõe técnicas, das quais destaco algumas aqui para termos e
plicarmos em nossa vida intelectual e emocional:
- Prazer
de aprender;
- Conhecer
a história por trás das informações (tornar pessoal, conhecer o autor);
- Correr
riscos dosados, "sem exageros";
- Superar
as armadilhas do medo;
- Superar
o coitadismo, conformismo e o negativismo;
- Superar
a neurose de estar sempre certo;
- Não
cobrar de mais;
- Resumir
rapidamente o que se ouve e o que se estuda;
- Ter
disciplina nos estudos;
- Realizar
revisões dos estudos.
Possivelmente a grande questão seja entender
que não adiante fugir de certos desafios: "a fuga é sempre mais fácil, mas
seu preço é muito mais alto. Quem foge de seus conflitos pessoais nunca
desenvolve resiliência. Por exemplo, um celular que não suporta uma pequena
queda, carros que quebram facilmente... Esses produtos não duram no mercado. Se
resiliência é importante no mundo material, imagine no mundo emocional. Crises,
derrotas, frustações, todos passamos por isso. Mas quem as enfrenta com
maturidade, desenvolve um Eu resiliente: forte, seguro, flexível, diretor da
sua história" (CURY, p. 91-92, 2012).
Escrito por: Gilberto
Martins.
Para reflexão:
"Se te mostrares fraco no dia da tua
angústia, tua força será pequena" (Provérbios 24: 10).
Referência:
Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/nvi >
CURY, Augusto. Manual dos jovens estressados.
Rio de Janeiro: Planeta, 2012.
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