sábado, 11 de junho de 2016

A chave da memória para abrir as portas da inteligência


Tudo que somos encontra-se registrado em nossa mente. Somos um complexo universo formado por milhares de pensamentos. Você não fica impressionado como determinadas situações recobram a tua memória e lhe provocam as emoções? E quando você enfrenta situações de estresse, por acaso fica bloqueado diante dos conflitos? O que fazer nestas horas? Como expandir e ter acesso aos pensamentos para lidar bem com estas circunstâncias? Como chegar às informações arquivadas em nossa mente quando precisamos delas?
O médico psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor Augusto Cury tem algumas recomendações a este respeito. Ele nos aconselha a cuidar bem de nosso maior patrimônio, nossa mente. E dando início ao treinamento para seguir esta orientação penso que devemos nos atentar para um de seus alertas, e aproveito para deixar uma provocação relacionada ao assunto sobre esta gama de informações que temos disponíveis na atualidade.
Estre autor explica que há chaves capazes de abrir e mesmo expandir janelas em nossas mentes. São ferramentas propostas para nos auxiliar a ter uma vida intelectual e emocional mais saudável. De forma simples estas chaves são apresentadas em torno de dois aspectos: as janelas lights, boas; e as janelas killers, as causadoras das síndromes e estresses. Estas janelas estão associadas às informações que recebemos ao longo de nossas vidas e a forma como aprendemos a abri-las e a lidar com elas determina a nossa saúde intelectual.

A provocação eu já deixo de início: qual a diferença entre a qualidade e a quantidade de informações que temos acessado diariamente?

De uma forma geral, a diferença entre o acesso às informações com qualidade ou apenas à excessiva quantidade de informações sem relevância pode ser medida pelo resultado que demanda sua utilização. Qual o efeito que as informações que você acessa diariamente exerce sobre você? Se a informação disponível para tua utilização o conduz com sugestões para se pensar de forma crítica a refletir em sua rotina diária, é possível que esta seja uma informação de qualidade.

Por outro lado, se não há quaisquer demandas reflexivas e requer que você apenas absorva passivamente um número absurdo de informações, cuidado! Esta é uma linha perigosa de excesso de informações que objetivam apenas torná-lo um prisioneiro autômato como se fosse uma engrenagem manipulável por tomadas de decisões sugeridas a você como se fossem tuas. Além do mais, da mesma forma que uma máquina sobrecarregada sofre desgastes, nosso cérebro fica suscetível a danos e o cansaço e estresse podem gerar desde irritabilidades à exaustão capazes de jogar você em cima de uma cama.

O excesso de informações sem relevância impacta sobre as pessoas, comprometendo a autonomia delas, deixando-as como autômatos. Entendo que esta situação compõe um quadro de inércia derivado de um bloqueio demandado pelo esforço a que o cérebro é submetido. Se você é daqueles que já faz tudo no automático, é hora de acender o alerta. Entenda bem: a crítica não contra a rotina, necessariamente, mas aos exageros que não o conduzem a pensar nas coisas boas da vida, antes o aprisionam como vícios.

Segundo o Terapeuta e escritor Augusto Cury (2012), uma das causas de estresse na atualidade é o excesso de informações. Conforme aborda este autor, um jovem hoje pode ter acesso a muito mais informações que os grandes pensadores gregos ou imperadores romanos na antiguidade, no entanto, a diferença que marcam os extremos entre estas épocas não é apenas a distância de tempo e contexto histórico. A utilização que se propõe a informação e sua aplicação é fundamental para o resultado final.

Enquanto os gregos alcançaram significativas expressões intelectuais, ampliando a arte do pensar; os romanos avançaram estrategicamente conquistando grandes extensões territoriais, estabelecendo a sua presença pela marca de um império. E na atualidade a pergunta que fica para nossa, repito, provocação reflexiva é: o que fazermos com tanta informação disponível ao rápido e fácil acesso?

Segundo Augusto Cury (2012), podemos utilizar chaves para nos auxiliar numa vida inteligente, equilibrada e saudável; e propõe técnicas, das quais destaco algumas aqui para termos e plicarmos em nossa vida intelectual e emocional:

  • Prazer de aprender;
  • Conhecer a história por trás das informações (tornar pessoal, conhecer o autor);
  • Correr riscos dosados, "sem exageros";
  • Superar as armadilhas do medo;
  • Superar o coitadismo, conformismo e o negativismo;
  • Superar a neurose de estar sempre certo;
  • Não cobrar de mais;
  • Resumir rapidamente o que se ouve e o que se estuda;
  • Ter disciplina nos estudos;
  • Realizar revisões dos estudos.

Possivelmente a grande questão seja entender que não adiante fugir de certos desafios: "a fuga é sempre mais fácil, mas seu preço é muito mais alto. Quem foge de seus conflitos pessoais nunca desenvolve resiliência. Por exemplo, um celular que não suporta uma pequena queda, carros que quebram facilmente... Esses produtos não duram no mercado. Se resiliência é importante no mundo material, imagine no mundo emocional. Crises, derrotas, frustações, todos passamos por isso. Mas quem as enfrenta com maturidade, desenvolve um Eu resiliente: forte, seguro, flexível, diretor da sua história" (CURY, p. 91-92, 2012).

Escrito por: Gilberto Martins.

Para reflexão:

"Se te mostrares fraco no dia da tua angústia, tua força será pequena" (Provérbios 24: 10).

Referência:

CURY, Augusto. Manual dos jovens estressados. Rio de Janeiro: Planeta, 2012.

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