Ficção e aventura num ambiente de mistério. Minha primeira impressão em
“Além do Planeta Silencioso” é sobre a capacidade de C.S. Lewis chamar nossa
atenção para refletir sobre o nosso próprio mundo, mas de fora dele. Dá para
sentir-se enganado e sequestrado juntamente com o protagonista da história
Elwin Ransom e viajar até ao ponto de enxergar o nosso potencial de conduzir
nosso planeta à decadência. Nesta perspectiva podemos prescrutar os pensamentos
deste autor contemporâneo à Segunda Gerra, pois não há como não olhar para esta
calamidade humana e não buscar beleza num mundo diferente. A intolerância pode
ser capaz de gerar o horror e a opressão de uma guerra devastadora. Entretanto, o
que na verdade não podemos tolerar é a falta de respeito, preconceitos, dentre os
diversos sentimentos que nos separam ao invés de nos reunir como comunidade
independente de nossas diferenças.
Por alguma razão nosso mundo tornou-se silencioso. Claro que você precisará
ler para descobrir. Mas possivelmente este silêncio se apresenta como um clamor
desta terra para resgatarmos nossa humanidade através de atitudes assertivas.
Estas atitudes devem compor nossa busca por um mundo melhor, e quanto a isto,
não há dúvida, é praticar o bem. No entanto, minha interrogação a este respeito
seria: porque ir para tão longe para resgatar o amor ao próximo?
De uma forma poética, o autor apresenta um personagem, professor
universitário (filólogo), que inicia uma viagem de féiras, mas acaba sendo sequestrado
por dois cientistas, Weston e Devine, e é levado à força numa espaçonavem para
Malacandra (Marte). Neste novo ambiente é surpreendido por novas cores, aromas,
formas de vidas extraordinariamente inacreditáveis. Neste ambiente pelo menos
somos inspirados a resgatar nossa atenção para coisas mais comuns e a
vislumbrar a beleza na simplicidade e profundidade da vida pulsante à disposição em nosso
planete em quanto ainda o temos.
O “Planeta Silencioso” é o primeiro livro da Trilogia Cósmica. O segundo
Livro da série é “Perelandra: viagem a venus”. O último é “Áquela força medonha”.
Como você poderá perceber ao ler, Ranson é levado cativo e descobre os
planos perversos de seus raptores de entregá-los para um ser “Oyarsa”, uma
entidade que gorverna este mundo antigo, e para surpresa nossa, este é
conhecido como servo de Maleldil, o único Criador. Neste ponto é claro que nos
perguntaremos quais semelhanças podemos encontrar com nosso cotidiano, e por nossas
crenças à prova a respeito da nossa própria visão de mundo.
Escrito por: Gilberto Martins.
Referência:
C. S. Lewis. Além do planeta silencioso. Tradução: Waldéa Barcellos.
Martins Fontes, 2010.
Interessante....
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá, Janaina. Seja bem vinda. Agradeço a atenção!
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