O nome de uma pessoa é a pessoa. Neste
caso o óbvio deve ser dito, não é pecado. Faça exercício e diga um nome de
alguém que você conhece. O que te vem a mente, um rosto? Basta mencionar o nome
para lembrarmos da fisionomia de alguém, esboçar um comentário sobre o que a
mesma fez ou considerar algo de seu caráter. Quem nunca se deparou com a
expressão: “isso é a cara de... ele... ela”? Você mesmo tem uma relação muito
forte com seu nome. Talvez você não tenha se dado conta ainda, mas sempre que
alguém chama pelo seu nome, você para tudo e olha. Você pode ser chamado de
repente na rua por um desconhecido, mas ouvir o seu nome te faz olhar, para só então,
você se dar conta de ser outra pessoa, não é você, tem seu nome, foi engano,
mas a confusão já passou é de fato outra pessoa.
Por esta ideia podemos pensar que não
basta o nome, mas que o nome conjugado com nossas ações nos torna indivíduos e
exprime a identidade de nossa humanidade. Nem mesmo os homônimos podem
descaracterizar alguém, pois podem haver milhares de pessoas chamadas pelos
nomes: João e Maria, entretanto, você melhor do que ninguém para distingui-los.
O que significa que a proximidade particulariza o nome com a fisionomia, e a
intimidade confirma a natureza de quem é realmente a pessoa. Eu,
particularmente, não faço confusão com os amigos que conheço, chama-los ou lembrar
deles sem relacionar suas feições com seus nomes é quase inevitável. E quanto
mais convivemos, mais esclarecemos que não são as mesmas pessoas, possuem os
mesmos nomes, mas são ímpares. A singularidade do nome está ligada a pessoa. Um
belo exemplo é quando esquecemos o nome de alguém, o esforço para lembrar traz
a memória a imagem do rosto, e o rosto traz o nome. E olhar para o rosto sem
ter um nome pode ser sinônimo de não conhecer a pessoa, pois como falar de
alguém sem apresenta-la. Fulano fez isso, beltrano gosta de você.
Nome mais fisionomia, então, é a capa
de um cartão de apresentação. Entretanto, o pode nome não trazer a lembrança apenas
de um rosto. Pode e deve significar muito mais. O nome mais fisionomia mais
ações constroem a história dos relacionamentos.
Esta é a ideia que perpassa pela vida
de Josué, seu nome é construído no curso da trajetória do povo de Israel e
comporta a essência da transposição da escravidão à liberdade deste povo. Não abordarei sobre o livro aqui, apenas uma reflexão sobre o seu nome, mas fica o convite para você, querido leitor, abrir as páginas deste livro na bíblia e conhecer melhor sobre a história deste herói de fé.
O nome Josué tem sua origem no
hebraico, Yehosu’a ou Yesua, e significa Deus é salvação. Seu
nome tem relação com a noção do auxílio de Deus para o seu povo. Quando
descobrimos que seu nome de batismo era Oséias e que Moisés mudou seu nome.
Este fato nos sugere que, para este emblemático personagem, o seu nome é também
um título conquistado em razão de seu modo de vida. O nome Oséias também tem
origem no Hebraico, Oshea, e
significa salvo. Pois bem, alguém que cresceu sendo chamado por “salvo” e passa
a ser chamado pelo nome de quem é usado por Deus para salvar, indica em linhas
gerais, algo peculiar da atitude de quem alcança este título, alguém que não se
conforma com as mazelas de uma realidade social de escravidão de seu povo e
trabalha para conquistar a liberdade não apenas para si.
Ao ler esta postagem, você,
provavelmente, pode ter tido a curiosidade de querer descobrir o significado de
seu nome. Se por acaso não houver uma resposta agradável, saiba que, a exemplo
de Oséias, você pode passar a ser conhecido não apenas pela conjugação de seu
nome e sua fisionomia, mas também por suas ações. Assim, transforme a impressão
de seu nome com a menção honrosa que você gostaria de ser chamado; busque dar
aos outros o mesmo tratamento com o qual você espera ser tratado, e para isso,
não há segredo, respeito, respeito, respeito.
Escrito por: Gilberto
Martins.
Para reflexão:
"15 Pode uma mulher
esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do
seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de
ti.
16 Vê, nas palmas das minhas mãos te gravei” (Isaías
15-16a).
Referência:
Lindo texto.Muito bem escrito.
ResponderExcluirLindo texto.Muito bem escrito.
ResponderExcluirObrigado, Claudia. Valeu a visita.
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