quinta-feira, 26 de maio de 2016

Josué: a força de um nome

 
O nome de uma pessoa é a pessoa. Neste caso o óbvio deve ser dito, não é pecado. Faça exercício e diga um nome de alguém que você conhece. O que te vem a mente, um rosto? Basta mencionar o nome para lembrarmos da fisionomia de alguém, esboçar um comentário sobre o que a mesma fez ou considerar algo de seu caráter. Quem nunca se deparou com a expressão: “isso é a cara de... ele... ela”? Você mesmo tem uma relação muito forte com seu nome. Talvez você não tenha se dado conta ainda, mas sempre que alguém chama pelo seu nome, você para tudo e olha. Você pode ser chamado de repente na rua por um desconhecido, mas ouvir o seu nome te faz olhar, para só então, você se dar conta de ser outra pessoa, não é você, tem seu nome, foi engano, mas a confusão já passou é de fato outra pessoa.

Por esta ideia podemos pensar que não basta o nome, mas que o nome conjugado com nossas ações nos torna indivíduos e exprime a identidade de nossa humanidade. Nem mesmo os homônimos podem descaracterizar alguém, pois podem haver milhares de pessoas chamadas pelos nomes: João e Maria, entretanto, você melhor do que ninguém para distingui-los. O que significa que a proximidade particulariza o nome com a fisionomia, e a intimidade confirma a natureza de quem é realmente a pessoa. Eu, particularmente, não faço confusão com os amigos que conheço, chama-los ou lembrar deles sem relacionar suas feições com seus nomes é quase inevitável. E quanto mais convivemos, mais esclarecemos que não são as mesmas pessoas, possuem os mesmos nomes, mas são ímpares. A singularidade do nome está ligada a pessoa. Um belo exemplo é quando esquecemos o nome de alguém, o esforço para lembrar traz a memória a imagem do rosto, e o rosto traz o nome. E olhar para o rosto sem ter um nome pode ser sinônimo de não conhecer a pessoa, pois como falar de alguém sem apresenta-la. Fulano fez isso, beltrano gosta de você.
Nome mais fisionomia, então, é a capa de um cartão de apresentação. Entretanto, o pode nome não trazer a lembrança apenas de um rosto. Pode e deve significar muito mais. O nome mais fisionomia mais ações constroem a história dos relacionamentos.
Esta é a ideia que perpassa pela vida de Josué, seu nome é construído no curso da trajetória do povo de Israel e comporta a essência da transposição da escravidão à liberdade deste povo. Não abordarei sobre o livro aqui, apenas uma reflexão sobre o seu nome, mas fica o convite para você, querido leitor, abrir as páginas deste livro na bíblia e conhecer melhor sobre a história deste herói de fé.
O nome Josué tem sua origem no hebraico, Yehosu’a ou Yesua, e significa Deus é salvação. Seu nome tem relação com a noção do auxílio de Deus para o seu povo. Quando descobrimos que seu nome de batismo era Oséias e que Moisés mudou seu nome. Este fato nos sugere que, para este emblemático personagem, o seu nome é também um título conquistado em razão de seu modo de vida. O nome Oséias também tem origem no Hebraico, Oshea, e significa salvo. Pois bem, alguém que cresceu sendo chamado por “salvo” e passa a ser chamado pelo nome de quem é usado por Deus para salvar, indica em linhas gerais, algo peculiar da atitude de quem alcança este título, alguém que não se conforma com as mazelas de uma realidade social de escravidão de seu povo e trabalha para conquistar a liberdade não apenas para si.
Ao ler esta postagem, você, provavelmente, pode ter tido a curiosidade de querer descobrir o significado de seu nome. Se por acaso não houver uma resposta agradável, saiba que, a exemplo de Oséias, você pode passar a ser conhecido não apenas pela conjugação de seu nome e sua fisionomia, mas também por suas ações. Assim, transforme a impressão de seu nome com a menção honrosa que você gostaria de ser chamado; busque dar aos outros o mesmo tratamento com o qual você espera ser tratado, e para isso, não há segredo, respeito, respeito, respeito.
Escrito por: Gilberto Martins.
 Para reflexão:
"15 Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.
16 Vê, nas palmas das minhas mãos te gravei” (Isaías 15-16a).
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