Os relacionamentos são o reflexo mais
realista de nossa necessidade de conviver com pessoas. Relacionamentos são, em
nossa alma, a expressão do valor do quanto é bom ter amigos, amar e ser amado.
É uma espécie de revelação da relação entre quem somos ou podemos ser em nossas
interações interpessoais.
Pegue seu álbum de fotografias da
família. Não tem! Por favor, não fique frutado! Pode ser uma foto de amigos, vizinhos,
pessoas com quem convive ou conviveu, etc. Observe que as imagens podem
suscitar sentimentos e recobrar lembranças, que talvez já haviam sido dadas
como perdidas. Neste momento, o sentido saudosista pode discorrer em algumas
sensações neste exercício e demostrar que você ainda precisa aprender a lidar
com perdas ou decepções, no entanto, uma coisa é certa, o que dá sentido a esta
galeria de fotos e as tornam documentos, é o tratamento que você dedica a elas.
Não é atoa que são guardadas como um tesouro. Cuidadosamente são mantidas nas
páginas de sua agenda ou numa caixa de sapatos ornamentada com um papel de
presente que você caprichosamente escolheu para destacar estes objetos. Este
ato comprova o valor que você atribui sobre estas memórias, não são meras fotos
ou recortes de jornais, são pessoas que, de algum momento em diante, passaram a
ser parte de sua história.
A partir deste quadro podemos arriscar
em dizer que os relacionamentos podem ser comparados a uma fotografia que capta
a essência da nossa humanidade no exato momento em que estamos com os outros. Não
se engane, somos quem somos porque em um dia alguém nos pegou no colo,
amamentou e cuidou o tempo necessário até que pudéssemos ter consciência de que
a vontade de viver sozinho só existe enquanto não precisamos ou sentimos falta
de alguém.
Penso que estar com os outros e se
relacionar nos instiga a sermos sempre mais e melhores. O grupo nos provoca a
sermos pessoas interativas. A sociedade meche com a gente e sacode nossa
vontade de sair às ruas para fazer algo, participar. É simplesmente algo diferente
que acontece com o fato de estarmos juntos, são ideias novas que surgem,
oportunidades que aparecem, a adversidade encontra lugar, é, por
excelência, o encontro entre vida e verdade. A vida está no movimento e
dinâmica social e a verdade nos choques de realidade como lição de casa para
aprendermos a gestão de conflitos.
É muito bom participarmos das
interações com os diversos grupos, quer seja a família, amigos; no tralho,
na escolha, universidade, com os vizinhos; não importam, são os ajuntamentos
que nos atraem. Há um íman chamado curiosidade nos ajuntamentos que desperta em
nossa atenção à vontade de querer participar dos grupos, levar as mãos nas
assembleias, conviver nas igrejas. Somos pessoas e gostamos de viver com
elas. Nada melhor do que sentir-se parte de uma plateia em que no palco a
atração é a convivência. Penso até que os estádios esportivos são repletos de
pessoas torcendo, não por causa de uma ânsia fanática e distorcida para
o time não perder, mas porque nos sentimos representados neles e o sentido
de comunidade é reforçado neste ajuntamento pelo senso comum do bem viver.
E claro, não poderíamos deixar de
refletir sobre os conflitos. Os conflitos são inevitáveis nos relacionamento. Ao
contrário dos que fogem de encarar a realidade em admitir, eles acontecem sim. Os
atritos estão presentes em todas as relações, e pasmem-se em saber, também estão
dentre as causas principais de haver amor e respeito entre as pessoas, pois superados
às adversidades, são reafirmados os votos pela compreensão que as diferenças
são conciliáveis. Neste ponto o que ganha status é a maturidade, pois conduz a
relação para discernir entre as opiniões e comportamentos; ideias e costumes;
argumentos e atos. Cabe a nós em refletir sobre as discordâncias e não
processar a discórdia. As opiniões podem ser diferentes em razão de
determinadas escolhas, mas os princípios não, são inabaláveis.
As pessoas não são iguais, mas são
atraídas pelas compatibilidades; pode até haver uma sensação pela aventura e pelo
exótico; no entanto, é passageira; no geral, às afeições voltam-se para às raízes
de suas próprias convicções. Penso que as pessoas compartilham ideias, mas
constroem suas convicções a partir de escolhas sólidas no sentido do que
realmente querem para si. É o mesmo que dizer que é legal viver acampando nos
fins de semana, mas morar numa casa de alvenaria toda azulejada. Ele pode gostar
de azul e ela de rosa, mas os móveis da casa acabam seguindo um padrão de cores
que, apesar de diversificar, concilia um pouco dos dois e realça que o
resultado da mistura, combinando os gostos. O que não muda é que ambos amam
amar, são apaixonados pelo respeito, e são satisfeitos com a comunidade em que
participam. No fim, descobrem que o valor, mesmo das coisas, estão nas pessoas.
Escrito por: Gilberto
Martins.
Para reflexão:
"10 Ai do que estiver
só, pis, caindo, não haverá quem o levante.” (Eclesiastes 4:10).
Referência:
Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/nvi >
LES; PARROTT, LESLIE. Relacionamentos:
orientações práticas para enriquecer todo tipo de relacionamento. Tradução:
Denise Avalone, São Paulo: Vida, 2001.
Para todos meus amigos indico este livro. Propõe uma ideia bem realista sobre relacionamentos. Você encontrará orientações práticas que podem ajudar a entender um pouco sobre conflitos. Mas, minha impressão geral é que no final, o valor continua o mesmo, pessoas. Elas são o motivo principal, vale muito a pena investir em quem ama, pelo simples retorno de vê-la sorrir e compartilhar esta felicidade como sendo sua.
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