Entre para esta contagem você também e tenha a experiência de ler Números. Há duas impressões
que, a meu ver, compõe o quadro geral deste livro: a ordem necessária para
servir e a dura realidade de um deserto.
O nome do livro sugere a ideia de uma
contagem, mas a leitura revela os desafios da dura realidade do deserto ditando
a marcha de um período da história deste povo. Segundo Myer Pearlman (1997), o
livro de Números apresenta este título porque dispõe sobre dois censos do povo
de Israel antes de entrar em Canaã, a terra prometida. Este autor aborda que o
livro trata sobre a disposição e ordenação deste povo para servir a Deus, o
Eterno. “O povo é numerado conforme as tribos e famílias, a cada tribo é
designado o seu lugar no acampamento; a marcha e o acampamento são regulados
com precisão militar; e no transporte do Tabernáculo cada levita tem a sua
tarefa especial” (PEARLMAN, 1997, p. 32).
Os números fazem parte de diversas
áreas de nossa vida. Já nos acostumamos a lidar com a quantificação de valores
por meio dos números e são fundamentais como ferramentas não apenas para
ordenar e organizar a sociedade, mas também, dentre inúmeras utilidades, para
sintetizar aspectos gerais de determinadas realidades; as estatísticas são um
belo exemplo disto tanto quanto os censos. O perigo nestes aspectos é não ultrapassarmos
as máscaras dos números. No entanto, não me parece haver uma maquiagem estatística
no relato das contagens realizadas neste livro da Bíblia, muito pelo contrário,
a abordagem não esconde o fracasso e as dificuldades deste povo caminhando no
deserto e retrata o resultado de sua desobediência em não crer nas promessas de
Deus.
No Livro de Números ocorre um grande censo,
e à preocupação nas contagens supõe-se do fato de reportarem um tipo específico
de agrupamento. Na primeira contagem, no momento em que são listados todos os
homens aptos para Guerra, esta ação revela uma intenção. Deste relato do livro percebemos
a preocupação em se preservar a vida e a história de um povo por meio da
provisão de um sistema de segurança.
Como o povo de Israel encontrava-se
separado por tribos, sua contagem quantifica exatamente o censo relativo a cada
ajuntamento, e a própria ordenação que se faria de cada grupo apresentaria uma
organização que manteria os indivíduos voltados, numa primeira instância, para
proteção de seus próprios familiares, no entanto, no aspecto geral, cada um
auxiliaria para a promoção da manutenção da construção do povo como um
todo.
Neste quadro geral, é interessante
observar que ao mesmo tempo que cada integrante de uma tribo contribuía com a
marcha de seu grupo, no movimento de todas as famílias, havia uma imensa massa
de "ambulantes" coordenados caminhando em prol de uma mesmo
propósito, uma promessa. E esta promessa é que reproduz a preocupação do segundo
censo, em Números 26:64-65, demonstra que a nova contagem confere a passagem de
toda uma geração marcada pela desobediência para uma nova geração que deveria
se lembrar que a conquista da promessa era eminentemente o reflexo da fé no Deus
que prometeu e cumpriu com sua Palavra, porque tem zelo por aquilo que fala.
Escrito por: Gilberto
Martins.
Para reflexão:
"1 Tenhamos temor,
portanto, que, tendo-nos sido deixada a promessa de entrar no seu descanso,
suceda parecer que algum de nós tenha falhado.
2 Pois também
a nós foram anunciadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra que ouviram
nada lhes aproveitou, visto não ser acompanhada pela fé, naqueles que a
ouviram,
3 Ora, nós,
os que temos crido, entramos no descanso, tal como disse: Assim jurei na minha
ira que não entrarão no seu descanso. Contudo as suas obras foram acabadas
desde a fundação do mundo.
4 Pois em ceto lugar disse ele assim do
sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as suas obras.
5 E outra vez, no mesmo lugar: Não entrarão
no meu descanso.
6 Visto restar que alguns entrem nele, e que
aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas não entraram por causa da
desobediência,
7 Determina outra vez certo dia, Hoje,
dizendo por meio de Davi, muito tempo depois, segundo antes fora dito: Hoje, se
ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações.
8 Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso,
não teria flado depois disso de outro dia.
9 Por tanto, resta ainda um repouso para o
povo de Deus;
10 Pois aquele que entrou no descanso de
Deus, ele próprio descansou de suas obras, como Deu das suas.
11 Procuremos, portanto, entrar naquele
descanso, para que ninguém caia no mesmo exempolo de desobediência.
12 Pios a palavra de Deus é viva e eficaz, e
mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
divivir a alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenões do coração.
13 E não há criatura alguma encoberta diante
dele. Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de
prestar contas.
14 Visto que temos um grande sumo sacerdote,
Jesus, o Foilho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa
confissão.
15 Pois não temos um sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado.
16 Achegemo-nos, pois, com confiança ao trono da graça,
para que recebamos miserricórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no
momento oportuno." (Hebreu 4:1-16).
Referência:
Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/nvi >
Pearlman, Myer. Através da Bíblia livro por
livro. Tradução: N. Lawrence Olson. Impressão 19, São Paulo: Editora Vida,
1997. (Categoria: Comentário Bíblico/Título original: Through the Bible Book by
Book, por Gospel Publishing House, 1935; por Editora Vida 1977).
Nenhum comentário:
Postar um comentário