sexta-feira, 22 de abril de 2016

Números: O bom senso de um censo

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Entre para esta contagem você também e tenha a experiência de ler Números. Há duas impressões que, a meu ver, compõe o quadro geral deste livro: a ordem necessária para servir e a dura realidade de um deserto.

O nome do livro sugere a ideia de uma contagem, mas a leitura revela os desafios da dura realidade do deserto ditando a marcha de um período da história deste povo. Segundo Myer Pearlman (1997), o livro de Números apresenta este título porque dispõe sobre dois censos do povo de Israel antes de entrar em Canaã, a terra prometida. Este autor aborda que o livro trata sobre a disposição e ordenação deste povo para servir a Deus, o Eterno. “O povo é numerado conforme as tribos e famílias, a cada tribo é designado o seu lugar no acampamento; a marcha e o acampamento são regulados com precisão militar; e no transporte do Tabernáculo cada levita tem a sua tarefa especial” (PEARLMAN, 1997, p. 32).


Os números fazem parte de diversas áreas de nossa vida. Já nos acostumamos a lidar com a quantificação de valores por meio dos números e são fundamentais como ferramentas não apenas para ordenar e organizar a sociedade, mas também, dentre inúmeras utilidades, para sintetizar aspectos gerais de determinadas realidades; as estatísticas são um belo exemplo disto tanto quanto os censos. O perigo nestes aspectos é não ultrapassarmos as máscaras dos números. No entanto, não me parece haver uma maquiagem estatística no relato das contagens realizadas neste livro da Bíblia, muito pelo contrário, a abordagem não esconde o fracasso e as dificuldades deste povo caminhando no deserto e retrata o resultado de sua desobediência em não crer nas promessas de Deus.

No Livro de Números ocorre um grande censo, e à preocupação nas contagens supõe-se do fato de reportarem um tipo específico de agrupamento. Na primeira contagem, no momento em que são listados todos os homens aptos para Guerra, esta ação revela uma intenção. Deste relato do livro percebemos a preocupação em se preservar a vida e a história de um povo por meio da provisão de um sistema de segurança.

Como o povo de Israel encontrava-se separado por tribos, sua contagem quantifica exatamente o censo relativo a cada ajuntamento, e a própria ordenação que se faria de cada grupo apresentaria uma organização que manteria os indivíduos voltados, numa primeira instância, para proteção de seus próprios familiares, no entanto, no aspecto geral, cada um auxiliaria para a promoção da manutenção da construção do povo como um todo.

Neste quadro geral, é interessante observar que ao mesmo tempo que cada integrante de uma tribo contribuía com a marcha de seu grupo, no movimento de todas as famílias, havia uma imensa massa de "ambulantes" coordenados caminhando em prol de uma mesmo propósito, uma promessa. E esta promessa é que reproduz a preocupação do segundo censo, em Números 26:64-65, demonstra que a nova contagem confere a passagem de toda uma geração marcada pela desobediência para uma nova geração que deveria se lembrar que a conquista da promessa era eminentemente o reflexo da fé no Deus que prometeu e cumpriu com sua Palavra, porque tem zelo por aquilo que fala.

Escrito por: Gilberto Martins.

 Para reflexão:
"1 Tenhamos temor, portanto, que, tendo-nos sido deixada a promessa de entrar no seu descanso, suceda parecer que algum de nós tenha falhado.

2 Pois também a nós foram anunciadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra que ouviram nada lhes aproveitou, visto não ser acompanhada pela fé, naqueles que a ouviram,

3 Ora, nós, os que temos crido, entramos no descanso, tal como disse: Assim jurei na minha ira que não entrarão no seu descanso. Contudo as suas obras foram acabadas desde a fundação do mundo.

4 Pois em ceto lugar disse ele assim do sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as suas obras.

5 E outra vez, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso.

6 Visto restar que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas não entraram por causa da desobediência,

7 Determina outra vez certo dia, Hoje, dizendo por meio de Davi, muito tempo depois, segundo antes fora dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações.

8 Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não teria flado depois disso de outro dia.

9 Por tanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus;

10 Pois aquele que entrou no descanso de Deus, ele próprio descansou de suas obras, como Deu das suas.

11 Procuremos, portanto, entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exempolo de desobediência.

12 Pios a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de divivir a alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenões do coração.

13 E não há criatura alguma encoberta diante dele. Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.

14 Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, o Foilho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.

15 Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

16 Achegemo-nos, pois, com confiança ao trono da graça, para que recebamos miserricórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno." (Hebreu 4:1-16).

Referência:

Pearlman, Myer. Através da Bíblia livro por livro. Tradução: N. Lawrence Olson. Impressão 19, São Paulo: Editora Vida, 1997. (Categoria: Comentário Bíblico/Título original: Through the Bible Book by Book, por Gospel Publishing House, 1935; por Editora Vida 1977).

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