Ler e estudar são práticas que ultrapassam as quatro paredes de uma escola. Penso que isto acontece porque são movidas pela curiosidade. A curiosidade é uma ferramenta intelectual simples que nos impulsiona a exercer o ato de desvendar e ultrapassar os limites entre a escuridão da ignorância e a busca pelos mistérios de um universo de possibilidades que se apresentam ante às potentes lentes de nossa observação atenta. Este universo pode até ser uma simples janela que se abre para vislumbrarmos um horizonte visto de longe. De longe instiga e atrai nossa atenção para sairmos do conformismo em frente de uma televisão e partirmos para aventura de verdade. É a lição de que à aprendizagem depende da partida deste vislumbre e admiração. Daí, a medida que ampliamos nossos conhecimentos, objetos, coisas, o mundo deste universo; os temores pelo desconhecido se dissipam e uma linda manhã de neblina anuncia o dia ensolarado para nos acordar esclarecidos para vida.
FREIRE, Paulo, 1921-1997. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. 51. ed, São Paulo: Cortez, 2011. (Coleção questões da nossa época; v. 22).
O educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire (1921-1997) nos convida a
refletir sobre a importância do ato de ler e nos conduz a pensar que estudar
não é apenas na escola. Ler não é um ato limitado a quatro paredes e única e
exclusivamente a fixação dos olhos sob os textos impressos de umas páginas
quaisquer.
Ler e estudar não são atos limitados apenas à escola. Os desafios do
dia-a-dia requerem uma atitude séria e curiosa para se compreender os problemas,
e orientar o foco nas soluções. É o ato de ler atento e disciplinado de um
texto além das margens do papel. É o aprendizado que observar as coisas e os fatos,
e se relacionar com as pessoas, também ensina.
As atividades dos seres humanos se apresentam no dia-a-dia com objetivos
práticos. Seus afazeres decorrem de necessidades que os motivam e o exercício diário
destes afazeres conduz a cada um a transformar o mundo do qual são parte
inerentes e indissociáveis em construção. Assim, trabalhando constroem um
mundo, sua cultura, e esta trabalhada, lhe constrói o saber.
Desta forma, entende-se que tanto o ato de ler quanto de estudar devem
ser assumidos como atitudes sérias, pois são potencialmente capazes de nos
projetar a se portar de maneira curiosa diante da vida. É a capacidade do ser
orientar-se a ler, observar, a apreender significados para as coisas e para si.
Sobre tudo, é a visão de uma imensa sala de aula chamada mundo em
transformação, locus que o desafia a ser um gestor de um saber em construção.
ReferênciaFREIRE, Paulo, 1921-1997. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. 51. ed, São Paulo: Cortez, 2011. (Coleção questões da nossa época; v. 22).
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